Passo 1: Criar os grupos e organizá-los
Primeiro, organize os(as) participantes em pequenos grupos – grupos de quatro a cinco pessoas funcionam bem. Faça com que os grupos se espalhem pela sala. Trabalhar em grupos irá ajudar as pessoas a terem novas ideias, receber feedback sobre cada tática, e ajudar a decidir a ordem das táticas. Reconheça, de início, que isso pode ser difícil.
Dê a cada grupo cinco ou seis pratos de papel (ou qualquer outra coisa em que as pessoas possam escrever).
Coloque um símbolo, por exemplo, uma cesta de frutas, no meio da sala e explique que isso representa a visão do que estamos tentando realizar. É nessa direção que estamos trabalhando.
Passe a tarefa:
Em cada prato de papel, escreva uma tática ou ação que vocês acham que o grupo deveria fazer. Escreva uma tática/ação em cada prato/folha de papel. Depois que todos(as) tiverem uma lista com a qual se sintam confiantes, convide as pessoas para começarem de onde estão e colocarem seus pratos de papel na ordem que o grupo consiga realizar as ações até você chegar à cesta (ou qualquer outro símbolo que vocês estiverem usando).
Diga ao grupo que durante esse exercício se deve considerar: Como essas táticas se ajustam entre si? Qual ordem faz mais sentido? Como vocês usariam essas táticas e ações para envolver pessoas que estejam de fora dessa campanha?
Isso quer dizer que talvez as pessoas queiram rearranjar as táticas, ou retirar alguma delas, adaptá-las para algum tema similar comum ou focar todas em um alvo só.
Responda às perguntas que surgirem – e então, deixe as pessoas trabalharem! Com muito pouco preparo, vocês conseguirão fazer com que seu grupo faça estratégias bem pensadas.
Passo 2: Trabalho em grupos
Faça com que os grupos comecem a trabalhar. Dependendo do grupo, talvez sejam necessários até 40 minutos para essa etapa. Discordâncias e discussões entre participantes são ótimas para o aprendizado nesse momento. Facilitadores(as) devem circular entre os grupos e estar muito disponíveis para responder questões, dar suporte, aconselhar e fornecer recursos.
Os grupos podem precisar de algum suporte para criar uma boa estratégia. Conforme você circular entre os grupos, talvez deva lhes oferecer ajuda, para afiar seu pensamento. Princípios básicos para eles levarem em conta:
- Zona de conforto Seu grupo tem feito regularmente as mesmas ações? Que ações mais ousadas vocês poderiam fazer? Isso não quer dizer necessariamente fazer uma ação de alto risco, como uma ação direta. Por exemplo, um grupo realizou uma cerimônia de premiação para os voluntários de seu núcleo central. Para ficar mais desafiador, disseram que cada voluntário deveria fazer uma pequena fala nessa cerimônia sobre alguma coisa que tivesse aprendido durante a campanha. O resultado foi uma festa de premiação emocionante e poderosa, que tirou o grupo todo de sua zona de conforto (Expandindo zonas de conforto).
- Lógica de ação • Para um observador externo, a ação de vocês explica quem vocês são, o que vocês querem, e deixa as pessoas com vontade de apoiá-los? A lógica de ação é o grau em que sua ação faz sentido logicamente do ponto de vista de alguém que não está em seu grupo. A ação deve ter uma lógica: aconteceu isso, portanto faremos aquilo. Isso é particularmente verdadeiro com as ações diretas, em que vocês precisam mostrar a mudança positiva que vocês estão tentando criar ou as coisas negativas que vocês estão tentando impedir (Criando Ações Poderosas com uma “Lógica de Ação” Forte).
- Psicologia Sua ação pode ser divertida, inspiradora ou provocar raiva. Pense para onde sua ação leva quem participa dela. Um movimento de um povo lutando contra uma ditadura planejou uma ação da seguinte forma: perto do fim de um grande protesto e show na noite de Ano-Novo, eles subitamente pararam a festa. Eles mostraram os nomes e rostos das pessoas mortas pelo governo naquele ano. Então, eles falaram: “Enquanto o ditador estiver no poder, não há razão para festejar. Quando derrubarmos o ditador, festejaremos”. Quem estava na festa saiu de lá com essa mensagem poderosa em sua cabeça.
- Construção de uma narrativa • Suas ações devem contar uma história. Como elas se conectam entre si? Como elas contam uma história singular que diga quem vocês são e pelo que vocês lutam? E mais importante: a mídia ou uma pessoa comum passando pela cena consegue entender e identificar essa narrativa?
Conforme as pessoas forem terminando, anuncie um intervalo para que as pessoas possam compartilhar suas ideias informalmente, passar parte do intervalo finalizando o trabalho, ou apenas lendo os passos desenvolvidos pelas outras.
Passo 3: Breve avaliação
Depois do intervalo, façam uma breve discussão avaliando o trabalho. Convide as pessoas a refletirem sobre a utilidade do que elas acabaram de fazer.
Nesse ponto, vocês têm algumas opções. Você pode pedir que apenas alguns grupos compartilhem. Se o grupo irá tomar uma decisão sobre suas táticas e ações, então é melhor fazer com que todos compartilhem e, então, criem um plano para o grupo todo. De qualquer forma, o que você está fazendo é ajudar o grupo a fazer planos que criem força, ao planejar com antecedência – e isso é ótimo para quaisquer esforços do grupo!
Criado por Daniel Hunter (Training for Change) com James Whelan e Sam LaRocca (The Change Agency)