- Aprender sobre o grupo. Pergunto aos líderes do grupo sobre sua história, ações que já empreenderam, ações planejadas para o futuro, sua experiência com workshops, suas expectativas e esperanças. Se for um workshop para tomada de decisões, quero aprender o máximo que puder sobre como o grupo geralmente toma decisões (se eles usam um processo formal, se eles costumam fazer concessões a determinados líderes, etc.), especialmente se houver conflitos no grupo. Costumo perguntar a alguém dos meus contatos: “Quem mais eu deveria entrevistar? Alguém tem uma perspectiva diferente ou pouco comum?”
- Estabelecer metas. Quero metas realistas, que respondam às necessidades e desejos dos patrocinadores do workshop e/ou dos(as) participantes e que me motivem. Quero metas claras, para que eu possa usá-las para avaliar o workshop enquanto ele acontece e após o seu término. Mas talvez o mais importante seja que eu não quero mais metas do que eu consiga lembrar, porque minhas metas definem muitas das minhas decisões enquanto eu facilito o workshop. Por exemplo, para um workshop de dois dias, cinco metas é o meu máximo.
- Fazer um brainstorming de atividades/ferramentas. Estabelecer metas frequentemente exige fazer escolhas difíceis, por isso é bom um pouco de diversão. O brainstorming me anima. Às vezes eu começo com um brainstorming das “minhas atividades e exercícios preferidos” e faço uma lista das diferentes ferramentas que podem ajudar as pessoas a aprenderem os conteúdos e habilidades de que precisam.
- Organizar a lista. Eu classifico as atividades que se aplicam melhor ao workshop e aos seus objetivos e ao tipo de grupo com que estou trabalhando. Às vezes faço mais algum telefonema neste momento, para afinar minhas ideias sobre o grupo. Também penso sobre o contexto político em que eles(as) trabalham (se são pessoas que estão em uma situação desesperadora e não reconhecida por causa das mudanças climáticas, qual é sua situação de segurança atual, se tiveram recentemente vitórias que precisam ser comemoradas ou derrotas que precisam ser lamentadas). Também classifico as atividades de acordo com uma gama de habilidades: para esse grupo, existem atividades demais que dependam da audição, da visão ou de corridas por aí? Estou considerando como pessoas com deficiências invisíveis irão participar?
- Desenvolver uma sequência e selecionar. À medida que desenvolvo uma sequência, seleciono as atividades com maior probabilidade de fazer o grupo progredir em seu processo de aprendizagem. Quais atividades funcionam como peças que ajudam a construir o próximo passo? Deixo minha expectativa de fluxo de energia influenciar a sequência: Onde colocar o trabalho mental? Há atividades com muita energia após as refeições? Quais são as dinâmicas emocionais – as atividades permitem altos e baixos?
Por exemplo, sobre tomada de decisões, sei que tomar decisões bem é um hábito de grupo. Então, no meu planejamento, dou múltiplas oportunidades para que o grupo tome as decisões mais fáceis já no início do workshop, de forma que se acostume com a tomada de decisões em conjunto. Então, até o final do workshop já vai ter se acostumado a tomar decisões, e mesmo as decisões mais difíceis serão tomadas com mais facilidade.
Alguns critérios adicionais para definir a sequência:
- Estabeleci desde o início que estou interessado no que as pessoas já sabem? Muitos workshops acabam prejudicados porque os(as) instrutores(as) tratam as pessoas como recipientes vazios que devem ser preenchidos pelo conhecimento especializado de uma pessoa de fora. Incluí ferramentas, especialmente para o início do workshop, que comecem perguntando às pessoas o que elas já sabem?
- Para muitos(as) ativistas contra as mudanças climáticas, seria bom poder celebrar as realizações ao longo de seu caminho. No meu planejamento, incluí maneiras e momentos para que as pessoas se prestigiem?
- Pensei em como este grupo pode estar precisando expressar desespero ou outras influências emocionais?
- Criei, no início, algumas ferramentas para criar segurança no grupo? Isso será suficiente para os grandes riscos que as pessoas precisam assumir para poder aprender?
- Verificar se há uma variedade de formatos. O plano inclui o grande grupo, pares, grupos de três ou quatro pessoas, etc.? O momento para trabalhar com o grupo inteiro chega quando é mais necessário (por exemplo, no final do dia)? Há algum momento individual para os introvertidos?
- Verificar os diferentes estilos/canais de aprendizado. Há uma mistura de atividades auditivas, visuais e cinestésicas (que envolvem o corpo inteiro)? O que o plano como um todo mostra que eu preciso dizer durante a Revisão da Agenda para antecipar necessidades individuais?
Adaptado de George Lakey, www.trainingforchange.org